Impacto dos produtos de origem animal na saúde e no planeta

Quer seja por questões ambientais, de saúde, éticas ou religiosas, cada vez mais se assiste a uma redução dos produtos de origem animal na alimentação diária.

De facto, todas as nossas acções, por mais pequeninas ou insignificantes que possam parecer, têm consequências e um impacto na nossa saúde e da do nosso planeta. O consumo de produtos animais é um exemplo disso. Ao reduzirmos ou eliminarmos o seu consumo, estamos não apenas a contribuir para um planeta mais sustentável, como para uma vida mais saudável e equilibrada.

Impacto dos produtos de origem animal no ambiente

“O crescimento exponencial da indústria agropecuária, acompanhado por desflorestação e queimas de florestas em grande escala, causou um declínio drástico na capacidade fotossintética da Terra, a par de enormes aumentos, e em aceleração, da volatilização do carbono do solo”

no livro “Salvar o Planeta começa ao pequeno almoço” de Jonathan Foer

Não é novidade que a indústria agropecuária tem um impacto negativo no ambiente. Segundo a FAO, os animais criados para consumo de carne, leite e ovos emitem mais gases efeito estufa do que o combustível de todo o sistema de transporte mundial em conjunto!

Esta indústria é também uma das responsáveis pelo desflorestamento e consequente extinção de espécies, a poluição e a escassez de água. Na verdade, “a agricultura usa mais água doce do que qualquer outra atividade humana, com quase um terço do uso direcionado para o gado”.

Sabias que para produzir 1kg de carne são necessários mais de 15 mil litros de água? Ou que para um hambúrguer são necessários 2,500 litros? Assustador, não é?

Uma curiosidade: Na waterfoodprint podes consultar a pegada hídrica dos vários produtos de origem animal e vegetal, e também medir a tua própria pegada hídrica anual.

Mas não é só o consumo de carne que acarreta problemas. Segundo a FAO, a população de peixes reduziu de 90% para pouco menos de 66% hoje. A pesca acessória (Bycatch) constitui um problema real, em que peixes e outras espécies marinhas são capturados acidentalmente pelas redes de pesca. Estima-se que 300,000 pequenas baleias e golfinhos, 250,000 tartarugas e 300,000 aves marinhas sejam capturadas ou fiquem em perigo.

“Os portugueses consomem 4,4 vezes mais carne, ovos e pescado que o necessário, o que prejudica a saúde, o ambiente e o orçamento familiar”

“Num ano, devíamos consumir à volta de 33 kg do conjunto de carne, ovos e pescado e estamos a consumir muito acima disso, cerca de 178 quilogramas, portanto 145 quilogramas a mais”

Ler o artigo completo da IAS

Impacto dos produtos de origem animal na nossa saúde

A carne é rica em gorduras saturadas e o seu consumo em excesso contribui para um risco acrescido de doenças cardiovasculares (em 18% se falarmos em carnes processadas) e alguns tipos de cancro, nomeadamente neoplasias do colon e reto.

Além disso, cada dose de carne vermelha consumida por dia aumenta o risco do diabetes entre 9% a 18%, continuando as carnes processadas a assumirem-se como mais problemáticas.

Em relação ao peixe, os mesmos parecem conter metais pesados na sua constituição, o que se revela prejudicial para a saúde, sendo até aconselhado a grávidas e lactantes reduzir o consumo de certos peixes com altos niveis de mercúrio.

O que podemos fazer para reduzir o impacto dos produtos de origem animal?

Não é essencial comer produtos de origem animal para conseguirmos ter os nutrientes que necessitamos para sermos saudáveis (sim, isso inclui a proteína!). Assim, podemos eliminar ou reduzir os produtos de origem animal no nosso dia a dia, fazendo mais refeições vegetarianas.

Uma alimentação de base vegetal, desde que corretamente planeada (sem alimentos processados, como qualquer outra deveria ser) é saudável e apta para qualquer fase do ciclo de vida. E não somos nós que o dizemos! A DGS publicou um artigo sobre as linhas de orientação para uma dieta vegetariana saudável onde fala sobre esta temática.